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Já são alguns anos que nada sentia, o coração estava adormecido em um sono profundo. Apesar da carne estar sempre com outra carne, na alma nada se sentia. Sem saudades, sem vontade, sem amor, sem paixão, poderia dizer tantas coisas que chegaria nos cem, mas tudo sem.
E no banco de uma praça qualquer o coração pulsa, pulsa o pulso pulsa tudo, pulsa tanto que puxa. Depois de anos adormecido eis que surge uma pequena brasa, quem sabe se torne uma chama, mas ainda é brasa. Saudade foi dita e a vontade de ver novamente foi sentida. O coração voltou a sorrir antes de dormir.