A solidão vem do céu
Ser só, se sentir só...somente viver.
Olha-se em volta e nada vemos,
nenhuma luz, alguma flor, nenhum som se quer.
Não se quer ver, nem se quer ousamos perceber
nada importa, voltamos os olhos para cima
Vemos o céu, o imenso e tenebroso céu.
Tão fugaz, tão ausente com sua majestosa presença
Cai em cima de nós, com sua magnífica força
Sonhamos encontrar respostas, sonhar em perguntar.
Mas a solidão nos cai no peito,
rolando pelo nosso rosto um marasmo total.
Arriscamos um sorriso sem graça, não nos satisfaz.
De onde vem tal tristeza de inigualável presença?
Solidão poética do poeta que se foi para o nada.
Sem rimas sem versos, sem o porque de falar.
Olhamos ao céu de novo e temos uma certeza:
A solidão vem do céu que se desnuda de cor,
Da triste presença tão somente do vazio.
De repente, como num piscar de olhos,
toda a natureza se revolta, pássaros voam ao redor uma das outras,
Flores despertam aos nossos olhos, mostrando seu balé em rodopios.
Tudo fica interessante, seus lábios ficam coloridos
Suas bochechas rubras, você revive de novo.
O mundo repassa ante seus olhos.
Você renasce, nunca mais olha o céu.
E... sonha de novo.