INDIGENTE

Assim como veio voltou – no anonimato

Usava um nome, mas não o registrou...

Literalmente, para a sociedade era ninguém.

A vida certamente lhe foi muito ingrata

Abandonada muito cedo sempre viveu ao léu

O céu era seu teto e o chão a sua cama

Nas estrelas estavam seus sonhos

E os seus pés firmados na lama

Rejeitada por tudo e por todos

Passou pela vida sem conhecer o amor

A enfermidade minara sua carne

O desejo de viver tão logo se foi,

E o fim não demorou a chegar

Alguns solidários tentaram até evitar

Porém impiedosos algozes a executaram

Foi punida por nada ter para oferecer

Por ter nascido em um ambiente inóspito

Pela carência de bens e conhecimentos

Por desconhecer seus direitos fundamentais

Por não saber lutar por sua dignidade humana

Mira Maia

07/05/15