Maldita Fênix

Qual fênix louca e maltrapilha

que renasce aos borbotões

a cada dia nas periferias urbanas,

nos lixões.

Adornada por um véu denso de moscas nojentas,

abre suas asas sobre a multidão suja e fedorenta

dos excluídos da sorte e da vida

que têm nos restos dos abastados o seu alimento.

Homens, mulheres e crianças

disputam com os urubus, os ratos e os insetos

as migalhas do pestilento museu de sobras

e dejetos esquecidos e abandonados pelos ricos.

Andrajos de gente, pedaços de móveis,

louças quebradas, roupas gastas, rasgadas,

carne podre, restos de comida e procura danada,

neste ajuntamento de excrementos da sociedade.

Riqueza e miséria juntas, delineando

o rosto cruel da nossa realidade.

G_Bienenstein
Enviado por G_Bienenstein em 03/05/2015
Reeditado em 03/10/2015
Código do texto: T5229284
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