Ainda há tempo


Em um mundo  frio rodeado de concreto cinza,
inundado de  interesses, ganância, omissão e descaso, distanciamento do amor e da paz, felizes daqueles que ainda  sentem no peito um
coração a palpitar.

Em um mundo robótico, onde a cada canto se percebe a natureza aos prantos, onde a cada dia o homem destrói este santuário criado por Deus por conta da inconsequência em busca do ilusório poder e do desprezível dinheiro, felizes daqueles que enxergam em cada folha que cai,  em cada ninho onde nascem os filhotes, em cada murmúrio do mar, em cada chuva que cai,  a presença de Deus.

Em um mundo manchado pelo sangue dos inocentes diante das atrozes guerras, da fome que mata muitos enquanto poucos se fartam em nababescos banquetes, felizes
daqueles que aprenderam a compartilhar o pão, amor,
a paz, a serenidade e o afeto.

Em um mundo de portas fechadas, de corações indiferentes, de manhãs vazias, de tardes mortas sepultadas na indiferença, felizes daqueles que tecem a cada novo dia o manto da esperança, que se cobrem de fé e caminham na certeza de que a felicidade habita no interior de cada um e a paz se conquista todos os dias.

Em um mundo onde muitos só conhecem os sons ensurdecedores das armas, o inferno criado pelos conflitos, o desespero gerado pela fome e o abandono, felizes daqueles que vivenciam a paz, que se encantam com as borboletas, que ainda enxergam as cores do arco-íris.

Em um mundo onde as belezas criadas por Deus se degradam por conta da irresponsabilidade do Homem, onde as florestas morrem, águas são envenenadas, as crianças perdem os espaços na natureza, as aves perdem os ninhos diante do avanço de um pretenso progresso e os poluentes cobrem o azul do céu, felizes aqueles que fazem algo para salvar a mãe natureza, que a respeitam, que cuidam deste cenário de rara beleza na certeza de que assim se salva o planeta.

E no passeio por tantas nuances que colorem este Planeta  ainda há tempo para que através da dedicação de cada ser humano este quadro doloroso se transforme, ainda há tempo para o fim das guerras, para fazer brotar sorrisos onde existem lágrimas, para se plantar a flor onde há destruição, para levar o pão onde há fome, para se levar o afeto onde há a indiferença, para se levar o perdão onde existe a discórdia para se levar o amor onde a angústia faz morada. Ainda há tempo para ver desabrochar os botões da esperança em cada vida que vaga nas ruas do medo, em cada criança que perde a infância, em cada coração onde as portas se fecharam por conta da dor....Ainda há tempo para se semear o amor...



Ana S
toppa.24.04.1
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Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 30/04/2015
Reeditado em 06/07/2015
Código do texto: T5225305
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