FENDAS----Viagem pelas catedrais.

O grito parou no ar enquanto visitei calabouços, limbos, loucuras todas e o corpo-alma ficaram opacos.

Ao longe avistei réstia de luz, corri para a mesma, viciosa que sou.

Portais abriram-se em prismas gigantescos, penetraram-me e cá estou, incólume.

Pude observar catedrais de róseos cristais pela janela de palha da Oca no chapadão. Foi por dentro que os vi! Aqueles que andaram aflorando a terra, garimpeiros carregaram em lombos de burro de carga para venderem aos gringos que pagaram ninharias para usarem em fabricação de instrumentos ópticos, vidros, saponáceos, produtos eletrônicos, refratários etc. lá se foram meus adorados cristais que agora estão profundos e deixaram Fendas em suas Catedrais.

Fixo no fundo.

Sinto os beijos que não dei nem recebi, loucas palavras de amor que não ousei nem ouvi nos secretos jardins que penetrei só com os olhos de ver, só senti repito.

Caminho.....

Calma morte almejo.

A dor é minha.

Amo mistérios, languidez, riso calmo, violinos, gemer ao luar no fremir da carne, brilhos no olhar quando sol parte para o Oriente, todos fenômenos da natureza!

Amo a janela de palha de minha Oca, passear com Rosinha (velha bike) para que os vibrafones do vento me penetrem alimentando suavemente o errante espírito.

Meu reconhecimento é profundo.

Sou ignorante bem sei.

Só reconheço silêncios entre uma nota e outra....moram no âmago.

Aporto nas frestas, não me protejo pois reconheço-me.

Estou no Caos.

Há em mim controvérsias.........

Sigo em Paz!

Ouvindo Meia Sonata, ao som da guitarrra de Bernard Gontier, baixo Ricardo Alves e trumpete-teclados com Marcos Guimarães.... é lindo e inspirou-me em Fendas----Viagem pelas catedrais. Agradecida queridos músicos! Bernard Gontier escreve no Recanto das Letras.

Arana do cerrado
Enviado por Arana do cerrado em 26/04/2015
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