Só se for
Que não seja apenas um amor de amor, mas um amor de passar perfume, de abrir a tampa, sentir o aroma, passar a prova no pulso, deixá-lo ser invasor do nosso interior e aos poucos fazê-lo dono do nosso corpo por inteiro. Um amor que tenha fragrância rara, que seja singular e que vá nos derretendo pelas zonas suburbanas do nosso corpo: o suor das mãos, a frieza nas pernas, as cócegas nos pés, o nó na garganta e o disparo interno das cordas pulsantes do órgão latente que me extasia a vontade de amar. Que não seja persona de vento, mas que tenha forma e cheiro de roupa lavada, estendida no varal como objetos responsáveis pela decoração do espaço e que não seja apertado nem folgado demais. Que tenha as medidas exatas e que cole no corpo como parte de nós...