A Saga da Rubra Rosa
Era uma vez um botão
Mas não era um botão qualquer
Era um botão de rosa
Um botão de rosa... vermelha!
Poderia ser amarela, branca ou lilás
Mas ela nasceu vermelha!
E não nasceu num canto qualquer
Nasceu no melhor vaso que poderia nascer.
Todos os dias ela tinha o orvalho
O orvalho mais doce que a manhã trazia
Admirada e acariciada todo o dia
Pela borboleta e pelo beija-flor.
"Que bela rosa rubra de tão perfumado olor!"
Dizia o senhor que por ali passava
Pensando em sua amada
Que o destino lhe levou.
Todos os dias, suspirava a rosa:
"_ Ah, se eu pudesse voar
como o beija-flor, pairar no ar...
Levaria meu perfume comigo
Por sobre as nuvens e o mar!"
Mas a Rubra Rosa tinha medo,
Medo de se machucar.
Quando um menino que passava correndo
De olhar não teve contento
A Rubra Rosa, de seu pé, quis arrancar!
Por um pequeno espinho,
Um mísero espinho,
Todo aquele carinho,
O fez a Rubra Rosa soltar!
O botão que foi rosa,
Uma rosa vermelha
Caiu num sereno lago
E mesmo sem afago
No bico de um passarinho foi parar.
Para sua surpresa,
Pôde contemplar toda a natureza
E seu sonho realizar
Voou por sobre as nuvens,
Pairou por sobre o mar,
E não parou de sonhar
Pois num pequeno livro,
Um pequenino livro,
Alguém a quis eternizar.