A Saga da Rubra Rosa

Era uma vez um botão

Mas não era um botão qualquer

Era um botão de rosa

Um botão de rosa... vermelha!

Poderia ser amarela, branca ou lilás

Mas ela nasceu vermelha!

E não nasceu num canto qualquer

Nasceu no melhor vaso que poderia nascer.

Todos os dias ela tinha o orvalho

O orvalho mais doce que a manhã trazia

Admirada e acariciada todo o dia

Pela borboleta e pelo beija-flor.

"Que bela rosa rubra de tão perfumado olor!"

Dizia o senhor que por ali passava

Pensando em sua amada

Que o destino lhe levou.

Todos os dias, suspirava a rosa:

"_ Ah, se eu pudesse voar

como o beija-flor, pairar no ar...

Levaria meu perfume comigo

Por sobre as nuvens e o mar!"

Mas a Rubra Rosa tinha medo,

Medo de se machucar.

Quando um menino que passava correndo

De olhar não teve contento

A Rubra Rosa, de seu pé, quis arrancar!

Por um pequeno espinho,

Um mísero espinho,

Todo aquele carinho,

O fez a Rubra Rosa soltar!

O botão que foi rosa,

Uma rosa vermelha

Caiu num sereno lago

E mesmo sem afago

No bico de um passarinho foi parar.

Para sua surpresa,

Pôde contemplar toda a natureza

E seu sonho realizar

Voou por sobre as nuvens,

Pairou por sobre o mar,

E não parou de sonhar

Pois num pequeno livro,

Um pequenino livro,

Alguém a quis eternizar.

Liz Rocha Cantora
Enviado por Liz Rocha Cantora em 24/04/2015
Código do texto: T5219186
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.