= Barquinhos de Papel =
Um leve vento, pouco mais que uma brisa,
encrespa suavemente a água do pequeno
lago formado pela fonte da praça.
Dia assim lusco fusco, meio sem graça...
Um pequeno barco de papel, talvez
deixado ali por alguma criança, corajosamente
navega, como numa dança.
Fecho os olhos...
Me vem à mente saudosas e lindas lembranças
Te vejo ao meu lado, em nossa doce infância.
Soltando barquinhos de papel nas águas das chuvas.
Eu de calças curtas, suspensórios, cara suja de frutas...
Você de vestido de chita, carinha sardentinha,
cabelos com tranças...
Magrelinha, olhinhos azuis, espertos, curiosos.
Eu te achava tão linda!
Hoje eu sei. Te amo desde então. E tanto!
Abro os olhos. Descem deles fios de pranto.
Mas não de dor... De amor. De emoção...
Desde sempre te trago em meu coração.
O pequeno barquinho encosta na margem do
lago, feito eu quando aporto em teus braços,
em teus abraços... Teu corpo, meu seguro porto.
= Roberto Coradini {bp} =
22//04//2015