Molduras Soltas

Há nos vales esperanças,

nos cimos delicadezas,

no caos o Universo.

Formam o esplendor da vida em asas grandiosas debruçando-se sobre molduras soltas, entremeadas de solidão.

Há tão pouco e tanto no reino em que caminho...

Há o milagre das águas! Maior presente que existe e adoro vê-las serpenteando rasas ou fundas, modestas, ternas, espelhando comovidas sua realeza aos pés dos buritizais.

Viajante incansável, não conheço misérias no olhar.

Contemplo o longínquo, atravessando sem medos, escuras cavernas protegidas pelos Encantamentos e Silêncios.

Sou velha, antiga como Os Universos, com teimosos segredos que desaparecem sob o Sol.

Caminho impregnada de verde, flores, perfumes adocicados de Gaia e ouço maviosos sons, sagrados, soprando roupas nos varais, leves cortinas, sinto cócegas......

Por isso rio!

Vejo passar diante de meus olhos tanta beleza enquanto escrevo essa

prosa e apesar do galope estonteante, colho letras, formo buquês das mesmas, coloco-as num jarro de barro e agora sim: Surge uma nova passagem inquieta que se solta de meus delírios.

Enxergo vales, cimos, caos e asas.

A vida agora é como orquestra sinfônica.... Beijo-lhe e sigo.

Arana do cerrado
Enviado por Arana do cerrado em 18/04/2015
Reeditado em 18/04/2015
Código do texto: T5211626
Classificação de conteúdo: seguro