Molduras Soltas
Há nos vales esperanças,
nos cimos delicadezas,
no caos o Universo.
Formam o esplendor da vida em asas grandiosas debruçando-se sobre molduras soltas, entremeadas de solidão.
Há tão pouco e tanto no reino em que caminho...
Há o milagre das águas! Maior presente que existe e adoro vê-las serpenteando rasas ou fundas, modestas, ternas, espelhando comovidas sua realeza aos pés dos buritizais.
Viajante incansável, não conheço misérias no olhar.
Contemplo o longínquo, atravessando sem medos, escuras cavernas protegidas pelos Encantamentos e Silêncios.
Sou velha, antiga como Os Universos, com teimosos segredos que desaparecem sob o Sol.
Caminho impregnada de verde, flores, perfumes adocicados de Gaia e ouço maviosos sons, sagrados, soprando roupas nos varais, leves cortinas, sinto cócegas......
Por isso rio!
Vejo passar diante de meus olhos tanta beleza enquanto escrevo essa
prosa e apesar do galope estonteante, colho letras, formo buquês das mesmas, coloco-as num jarro de barro e agora sim: Surge uma nova passagem inquieta que se solta de meus delírios.
Enxergo vales, cimos, caos e asas.
A vida agora é como orquestra sinfônica.... Beijo-lhe e sigo.