Quisera eu saber os segredos da vida, da eternidade e do Universo. Certamente ficaria inebriado com tudo que pudesse desvendar. Quisera conhecer as fórmulas e as equações que explicam o sentido da existência. Quisera eu poder brincar no pátio da eternidade e ver de perto a fábrica onde se fazem as obras deste infinito Deus. Quisera poder viajar pelas galáxias em velocidade muito superior à da luz, desvendá-las, apreciá-las e comê-las com meus humanos olhos. Ver um berço de estrelas. Decadentes, supernovas. Ver os sóis cuja luz aqui ainda não chegou. Quisera entender o segredo do tempo, o mistério do espaço sem fim. Quisera decifrar o que é a consciência humana e o que ela representa nesta imensidão insensata. Quisera conhecê-las todas e saber se há algo de divino nelas. Quem sabe descobrir um pouco de humanidade no magnificente divino Ser? Quisera ponderar o imponderável, solucionar o insolúvel, premeditar o futuro, até aquele que não vai acontecer, mas que poderia. Quisera... Tantas coisas eu quisera fazer.
E se conseguisse fazer tudo isso, e mais, viajar pelo infinito atemporal da curva do espaço-tempo, ainda assim, um dia eu voltaria. Para mais uma vez olhar a beleza terrena da insuspeita flor do meu jardim. Para olhar mais uma vez a face da mulher amada. E, quem sabe, descobrir que a solução de todos os segredos e mistérios sempre estivera bem ali, pertinho, somente esperando por mim?
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A crônica acima não faz parte do livro abaixo
Essa vida da gente
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