HIPÓTESES

...

Ali...

Noites eu passaria

Enroscando minha poesia

Nalguma outra poesia...

Só pra dizer como é aquilo que seria...

Pra mim...

E pro próprio modo como essa e/ou aquela poesia

Agora, assim, então, ali, existiria...

Se quando em mim, pra mim, e/ou por mim...

E/ou de um outro modo que escolhesse...

E por isso não quisesse e/ou se fizesse,

Por sua vez, talvez, bem longe de um poema desse...

É que difícil saber

Se eu também escolheria

O que escolho...

Naquilo que ao sabor de qualquer vento

Já apresento...

E, sem muita escolha...

(Malandro não vive na encolha...)

Rapidinho escolho o que escolho dentro da própria escolha...

...

E, agora, olho no olho...

Percebo que já existe, feliz e/ou triste

O modo pelo qual existe e/ou se existe

O que existe e o que não existe...

O que não se existe fatalmente não resiste...

...

Talvez seja por isso que encaixo onde sempre encaixo

(O poema embaixo do braço...)

Caco por caco...

E sabendo e/ou fingindo se tratar de cavaco...

Acabo sempre cantando um samba novo em folha...

Antes que a primeira hipótese também se recolha...

...

"Tá" vendo como é isso pra mim?

Eu nem sabia que acabaria assim...

Paulino Neves
Enviado por Paulino Neves em 14/04/2015
Reeditado em 15/04/2015
Código do texto: T5206815
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