A perversidade do Amor

O amor... Há o amor, esse sujeito ingrato, filho de uma mãe na zona, desnaturado, falso e insensível. Capaz de pegar uma pobre alma perdida dentro de seu mundinho, da sua vidinha enfadonha e rotineira, e tirar-lhe o chão, permitindo-se sorrir até para seus pensamentos.

Sujeito safado esse tal de amor. Faz o coitado abrir seu coração, tirando as teias de aranha desses sentimentos adormecidos, ou que nunca foram usados. A safadeza é tanta que o coitado cogita até em ser feliz!

Mostra sua indelicadeza Amor, ao dar esperanças a esse moribundo social, esse protótipo de gente que teima em desafiar Darwin, sobrevivendo, acreditando, respirando e tendo a pior das infâmias... Sonhando!

Muito cruel amor, fazendo esse coração enferrujado bater mais forte, tocar mais alto, abrindo espaço para alguém.

Desnaturado você amor, que faz essa pessoa começar a perceber que a vida não é mais em preto e branco, que as coisas podem ter uma cor, até mesmo um cheiro.

Insensível você Amor, porque nem se deu ao trabalho de perguntar ao indivíduo se estava interessado em você, se tinha antecedentes, se não era feliz perdido.

Tua falsidade não tem tamanho amor, já que jogou a pobre alma em um turbilhão sem volta, em sentimentos aflorados, muitas vezes não correspondidos, apenas porque você podia.

Mas obrigado por tudo amor, porque apesar de todos os seus defeitos e sua má conduta, ainda é o mais puro dos sentimentos, capaz de fazer nosso pobre e maldito herói se sentir vivo, e, se amado então, completo.

Alessandro Camillo
Enviado por Alessandro Camillo em 13/04/2015
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