O AMENTE ASSASSINO
Lia leu o enlace,
Que trazia o Tadeu,
Contudo, o leme deu a rima que faltou,
Lia, com o recado nas mãos lamentou.
O sangue já escorria entre os dedos de Tadeu,
Enquanto ainda pela fresta obscura via Lia,
Tadeu então, após vê-la,
Limpou suas mãos no lençol branco,
Foi até a pia e lavou os dedos,
Mas a água percebeu a alma não recebê-la.
Correu mão num pedaço de pau,
E terminou Tadeu o serviço.
Pôs-se a montar Chicó, o "Amarelo",
Dois nomes tinha o cavalo, duas armas tinha o jagunço,
Um "38" e um cutelo,
Um para o animal, outro pro duelo.
Enfim, chegou a largos passos no mandante,
Com algumas notas amassadas e três doses de conhaque, Padrim Roméro, quitou o acerto,
Com um aperto no peito,
um soluço e duas manchas de sangue,
Desabafou a morte da amante.
De Lia só sobrou o semblante,
Num quadro pintado por Padrim Roméro,
Seu eterno delitante.
O meliante, que num barato desatino,
Se tornou doravante,
Um amante assassino.