Hotel abandonado

Agora eu ouço o triste silêncio de tuas grandes e outrora ricas e alegres portas.

Ouço também o choro de tuas manchadas paredes e o som triste das cores esmaecidas pelo maltrato.

Não há mais a graça requintada das janelas, onde recostavam e suspiravam jovens em sonhos pueris e senhores bem trajados arquitetando altos negócios.

Não consigo entender a que chegaste. Decadência. Abandono. Tu foste símbolo de prosperidade, hoje símbolo de degradação.

Lacrimejam meus olhos juntos com tuas furadas calhas, nesta tarde fria chuvosa, sem a tua alegria daquele tempo da garoa. Chora também a praça, pois tu não a enfeitas mais.

Tu eras lindo luxuoso, agora estás feio, sujo, abandonado.

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Aleixenko

Um dia foste muito requisitado

Por políticos ladrões e safados

Hoje é um hotel abandonado

Pelos pombos todo cagado

Antonio Fernando Ribeiro
Enviado por Antonio Fernando Ribeiro em 11/04/2015
Reeditado em 13/04/2015
Código do texto: T5203425
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