Reflexões para este fim de tarde
O tempo passa.
E o que fica?
Fica o que a memória guardou.
E a memória guarda somente o que nos pertence, isto é, aquilo que criamos ou co-criamos, aquilo do qual fomos autores ativos.
Mesmo quando fomos apenas ouvintes, mas ouvintes ativos. Somente quando fiz aquilo, porque eu queria querer fazer aquilo.
O que pensamos por nós mesmos, o que emergiu de uma conversa ou de um relacionamento, isso ficará
Se não apropriarmos de nós mesmos, nunca seremos nós;
O pensamento é a ferramenta chave para isso, mas precisamos aprender a pensar por nós mesmos.
Precisamos exercitar a critica, a pergunta, o olhar sistêmico.
Olhar para os diferentes níveis de realidade
Praticar o acordo discordante como diz Gilles Deleuze, até que eu veja com meus próprios olhos e eleve a um nível acima o que está sendo proposto, em termos de pensamento ou conceito.
Mesmo que eu chegue as mesmas conclusões que você, que veja o que você está vendo, mas quero chegar a isso por mim.
A verdade é como o sexo, eu não quero apenas saber dela, eu quero experimenta-la.
Não me venha com verdades prontas, acabadas.;
Vamos conversar, deixa eu cheirar a fruta, morde-la, sentir seu sabor.
Se não, nem mesmo os nossos sonhos nos pertencerão.
Eles te dirão o que é certo e o que é feio,
o que é belo, o que bom.
O que você deve vestir e ler,
onde você deve ir neste verão.
E, até o que pensar sobre o que está acontecendo aqui e agora.
Não! Não. Viver uma vida emprestada, não.
Eu quero ser eu, preciso ser eu diz a canção.
Estar completamente presente, inteiro em si
Como diz o haikai de Issa:
"Somente estando aqui, estou aqui"