POESIA SEM GRAXA
Ouça a carriola...
Que quando passa, trespassa, via estranha gritaria,
As entranhas dessa poesia...
Ouça o berro...
(Viu esse estranho barulho!?)
É de ferro com ferro...
É o moleque do entulho...
Som de borracha?
Como assim o seria, nessa poesia sem graxa!?
...
É! Silêncio é que não se teria...
Ouça a sonoplastia...
O grito esquisito
Da serra no granito...
Vem lá da marmoraria
...
Ouça, mais ao fundo, é pedido de socorro...
(Rima pronta de qualquer morro...)
Latido de faminto cachorro...
...
Não são nem dez da manhã...
A molecada da quebrada redescobriu a rolimã...
Vai ser fichinha essa carriola
Quando eles voltarem da escola...
...