Quem Pariu o Demônio...
De mim, o esdrúxulo, o anômalo, a bestialidade infernal.
Nunca estive apto a harmonia, o amor de nada se aproveita em mim: eu sou veneno!
Semeio loucura, ar, pulsar, guerra, desmensura. Nasço, morro e revivo todo santo dia; todo dia santo, santo é o dia. Não me culpe pela especialidade que tenho em produzir descontentamento, afinal, eu sou espinho, vidro, um cortante laminado das expectativas.
Mas agora, só agora, deixarei uma filosofia agradável aos meus adversários, para que não se diga que eu não falei de flores: eu vou partir. Sim, eu vou partir. Abram as portas que eu vou me retirar, vocês venceram. Eu vou embora. Se querem tanto o troféu, fiquem com ele! Daqui eu só levo o que eu mesmo trouxe, o saber. Fiquem com o vosso satanás e com a vossa miséria, afinal, quem pariu o demônio que o alimente.