Quimera da Alvorada
Jorge Luiz da Silva Alves
Outra xícara de café. Chuva fina iluminando a manhã de terça-feira, outono que se apresenta choroso por um sol que deu adeus sem ao menos deixar uma lembrança em minha pele de fantasma dos trópicos. Tipos e tamanhos desfilando sob morcegos protetores até os esquifes-de-transporte, conformados e enlatados consumidores que desafiam a lógica do corpo, da alma, e do respeito, partem para mais uma sessão diária de desrespeito profissional no país das falcatruas e enganações - e todos pagam caro para tanto... Outra xícara de café, puxo a cadeira da varanda e, às cinco da manhã, sento e observo o subúrbio acordando embaixo de chuva fina e cortante, coadjuvantes importantes de um sistema que introduzem nos neurônios mais resistentes, a ideia enganosa de que um dia seremos todos ídolos adorados e respeitados, como os de nossos anos de felicíssima ingenuidade.
http://www.jorgeluiz.prosaeverso.net
Jorge Luiz da Silva Alves
Outra xícara de café. Chuva fina iluminando a manhã de terça-feira, outono que se apresenta choroso por um sol que deu adeus sem ao menos deixar uma lembrança em minha pele de fantasma dos trópicos. Tipos e tamanhos desfilando sob morcegos protetores até os esquifes-de-transporte, conformados e enlatados consumidores que desafiam a lógica do corpo, da alma, e do respeito, partem para mais uma sessão diária de desrespeito profissional no país das falcatruas e enganações - e todos pagam caro para tanto... Outra xícara de café, puxo a cadeira da varanda e, às cinco da manhã, sento e observo o subúrbio acordando embaixo de chuva fina e cortante, coadjuvantes importantes de um sistema que introduzem nos neurônios mais resistentes, a ideia enganosa de que um dia seremos todos ídolos adorados e respeitados, como os de nossos anos de felicíssima ingenuidade.
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