LOUCAMENTE SÃ
Falou que ele quer de volta,
aquela poeta insandecida.
A mesma que ele desdenhou,
rindo até da sua ingênua prosa.
Ele quer a mulher desvairada,
que saia descalça pela madrugada,
colhendo migalhas de libido,
aquela que mendigava momentos,
de um homem sem perspectivas.
Quando ele disse
estar até com saudades,
dos beijos perdidos no caminho.
Por um momento, imaginei
estar falando com desconhecido!
Aquele não era o mesmo homem
que fugia até de meu suspiro,
o que tinha me subjugado e fugido.
Ele nem percebeu,
que dizia coisas em vão,
uma inexorável proposta,
à uma morta-viva...
Como ele pode chegar tão tarde,
ao encontro que eu tanto queria!
Se eu acreditasse em suas palavras,
seria eu a louca,
no fundo do poço novamente.
Faça como eu amigo cético,
deixe tudo nas entrelinhas,
do amargo pensamento,
de como seria...