"Última Fuga..."

Quinze de Setembro, fim de tarde (...) O ano não é mais referência, aliás admito, aqui as horas parecem eternas, os minutos reflexos e os dias opções que posso escolher, entre o presente ou passado. Em lucidez momentânea, escrevi teu nome seguidas vezes, escondido... em frases sem sentido, nas batentes do abrigo e nos rascunhos de um arcanjo escritor, enfim amigo (...) Sei que minhas memórias serão apagadas, juntamente com os apreços, os endereços, os sorrisos, as referências e também algumas ausências, algumas minhas. Sei também que não poderei mais voltar, me falam sobre luz, sobre eternidade mas o que precisava agora, era te tocar de verdade, pela última vez... Minutos dispersos demais, inútil pensar ser capaz (...) Dúvida entre o ir e o ficar, e eu? Estou indo para onde, será que para o lugar onde a “verdade” se esconde, não vejo avenidas, nem vida... algumas vezes escuto o som alto do silêncio, e nesse breve momento , percebo que tudo terminou, não sei meu destino, de repente é apenas desatino de um menino de vida breve e intensa (...) que hoje sente saudade de um sorriso de verdade... Deixo aqui, na escrivaninha minhas lembranças, meu copo transparente de vidro, e meu jeito triste de olhar para trás, levo comigo (escondido) apenas teu sorriso, dentro do livro que me permitiram levar, nele não há nada escrito, nem prefácio..... nem dedicatória, minha história irá começar exatamente ali, através de um sorriso que eu já conheci (...)

(...) Alguém sussurrou lá fora: “O barco sai agora, não demora... nº 23, chegou a sua vez, fecha os olhos se sentir medo...”

JLuis in Verve
Enviado por JLuis in Verve em 12/03/2015
Reeditado em 14/03/2015
Código do texto: T5167871
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