Confissões.

Uma lista de amigos

e ninguém que realmente valha a pena conversar

"on line".

Procuro por nomes numa tela fria e indiferente,

enquanto tento achar um motivo para largar tudo.

Algumas pessoas se libertam ouvindo prog

outras se libertam e desabafam ouvindo um som forte,

mas eu me liberto ouvindo meu rock eletrônico.

Não que seja algo marcado para sempre,

ou que eu seja invariável.

Mas eu me liberto, e quase voltando

para um tempo em que eu ouvia esse som direto.

E realmente, é ele quem me faz chorar de emoção,

e esquecer, nem que seja até acabar a música,

dos meus problemas atuais...

Algumas pessoas se sentem melhor chingando as outras

outras se sentem melhor chorando.

Bem, eu faço ambas.

Mas eu me sinto muito melhor fazendo tudo

e dançando aquelas tantas músicas felizes

de olhos fechados, frenéticamente

e sem ritmo.

Engraçado como as pessoas se encontram

assim que o ano de aula começa.

Tanto faz se é colégio ou faculdade.

Tanto faz se é escolinha ou escritório...

Sempre existe algum casalsinho vulnerável sendo formado.

Estamos acorrentados a princípios

e um mar verde-escuro de interesses.

Enquanto passamos os dias como mortos vivos

andando a todos os lugares sem sentir.

Contando sobre nossas vidas como um jogo de cartas,

sempre com uma carta na manga, claro - é aquilo que nunca poderemos contar.

Aquele nosso trauma, aquele nosso segredo dito quando estamos sozinhos,

na escuridão de nosso quarto.

Branco ali? Só as paredes.

Frias e meticulosas,

vão escutando tudo, silenciosas.

Me sinto cansada de falar sobre o que sinto.

Já fiz de mais isso, e posso fazer quanto quiser,

sozinha.

Mas quando estou no meu quarto, chorando...

falando com as paredes,

o que eu nunca poderei conseguir delas é um abraço.

Então me entenda, se alguma vez eu chorei sem motivo,

a única razão é que eu somente não sei o que dizer,

pois já disse demais.

Para que se falar, se você pode me abraçar?

Então me abrace e a tristeza pode ser esquecida...

E não tente se sentir mal por ser incapaz de combater minha depressão.

Acredite, eu mesma a amo.