Memórias de um filho pródigo
Lembro-me como se fosse ontem,
As Tuas mãos me guiando,
Teus braços firmes me segurando.
Quando o vento batia,
Teu calor me esquentava.
Nada me intimidava, afinal,
Você me protegia.
Mas, algo me encantou
E eu não sei exatamente o que foi,
Mas sei que em uma fração de segundos
Saltei do Teu colo e sai correndo.
A paisagem, o terreno, as estradas,
Tudo era novo para mim,
Tudo era inédito,
Tudo me deslumbrava,
Tudo me envolvia.
O tempo foi passando,
Fui mergulhando
E desfrutando de tudo o que aparecia em minha frente
E com isso, feridas, marcas,
Cansaço e angústia foram aos poucos me consumindo,
Até chegar ao ponto de estar no chão frio. Caído, sem forças, perdido e sem destino.
Sentia saudades de toda aquela proteção
E o amor que Tu tinhas comigo,
Então, deixei tudo para trás
Saí rastejando de volta para o meu verdadeiro abrigo,
Os Teus braços.
Chegando a casa, a porta estava aberta,
A mesa farta de comida,
O ar estava perfumado
E quando olhei para o lado lá estava Você
Com os braços abertos,
Com um sorriso de ponta a ponta dos lábios
E com o peito transbordando de amor,
Dizendo repetidamente “Filho, eu te amo”.
Não hesitei duas vezes e pulei no Teu colo,
E foi ali que percebi o quanto me amava.
É pai, eu passei, experimentei, e vivi de tudo um pouco,
Mas a verdade é que quando se prova do Teu banquete,
Migalhas algumas serão capazes de saciar a nossa fome.