Ao cair da noite.

AO CAIR DA NOITE.

Quando a noite se fizer alta, erguendo-se entre o brilho das estrelas, revelando o seu negro véu de mistérios. Uma brisa leve começara a soprar na minha janela, me revelando ao pé do ouvido, os segredos dos amantes das madrugadas.

Debruçado na janela do meu quarto, com as luzes apagadas, vejo então a escuridão me saltar aos olhos, revelando toda a sua beleza envergonhada.

Meus pensamentos voam no infinito do universo, cintilando os toscos e rudes versos, desnudando o meu despretensioso amor de primavera. Enquanto em algum canto desta terra chamada Brasil, minha donzela descansa a formosura de sua face de anjo ledo, nas plumas macias de algum travesseiro. Eu continuarei aqui, debruçado em meus sentimentos, observando o dançar das estrelas, tentado a crer no poder inconcebível e incompreensível do amor.

Este amor desconcertante,

Este amor descomunal,

Este amor deslumbrante,

Este amor desleal.

Este amor que tem o brilho mais intenso do que as estrelas do Órion, este amor que se estende pelos dias, que se arrasta pelas semanas, que ultrapassa os anos.

Ainda debruçado na janela, observo com apreensão o caminhar da lua pelo céu, enquanto os cantores das madrugadas ensaiam no mato ao lado os acordes de seus zunidos.

Meus pensamentos tais como as areias do mar, que se joga com fúria sobre a areia da praia, assim são meus pensamentos, sendo jogados com ímpeto na tela da memoria.

Meu cantar é solitário,

É solitário e sem explicação,

Minha alma desgostosa,

Sofrendo no descompasso do coração,

De sofrer já não aguenta,

Mas não há mais solução,

Minha sina é te amar,

Eternamente, sem medo e nem razão.

Tiago Pena
Enviado por Tiago Pena em 09/03/2015
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