Indigente
Deitado no canto de uma rua escura e deserta um homem repousa a espera de um amanhã sem esperanças. Não possui documentos, lembranças... muito menos um futuro. A cada dia persiste no despertar, mas aos poucos, a vida, dele se cansa. Nas calçadas das noites encontrar um lar, uma casa sem muros. Sem ninguém a esperar.
E assim, pela vida caminha, dia após dia, desaparece , aos poucos, enquanto seu corpo definha. Mas não tardará o dia em que finalmente será notado: Quando a morte chegar , o odor putrefato... enfim, estará desvelada esta existência encoberta - em vida - pelo sudário da indiferença...mitigada por uma condescendência indecente.
Para o Governo é só mais um número a ser escondido, afinal,a Constituição deste país ainda assegura direitos a toda esta gente. É preciso bradar o Estado de bem- estar social, o cumprimento das leis e encerrar estão questão numa cova rasa de indigente.