NADA INCOMODA MAIS O POETA DO QUE ESCREVER SOBRE O QUE NÃO QUER

Escrever e não ser lido: isso é grave.

Ser lido e não ser bem interpretado: isso é crítico.

Ser mal interpretado: isso é patético.

Ser bem interpretado e obtido indiferença: isso enerva.

Ter seu texto bem recebido e nenhum efeito surtir ao mundo é como ser uma fagulha que não incendeia.

É como não ser capaz de causar-se interesse.

É como ter escrito para o vento e se deparar com alguém que achou de apanhar o papel só para saber sobre o que mais as pessoas escrevem.

É sentir-se não ser capaz de influenciar ninguém.

Ora, qual escritor deseja escrever sem a pretensão de influenciar?

Mas, o maior terror do mundo para o escritor e para o poeta é ter que escrever sobre o que não quer.

Isso é procurar ganhar migalhas para escrever para clientes ou até mesmo pagar jabá para que se seja lido, para ganhar alguma atenção.

É escrever só para ter leitores.

É também escrever só para satisfazer uma audiência.

Nenhum admirador da sua escrita, apenas usurpadores do serviço que seu texto presta. Às vezes serviço ruim, para o mal. E as pessoas nem percebem.

Antes escrever para ninguém. Escrever para si apenas.

Bem escreveu Cazuza: "Quando eu estiver cantando, fica em silêncio e não se aproxime. Pois, meu canto é para quem me ama.