Eu, sem nenhuma pressão

Eu moro em uma cidade,

Eu escolhi quem dirigiria essa cidade,

Eu acreditei que os interesses comuns seriam conduzidos,

Afinal, eu li Rousseau, e pensei na soberania popular,

Eu busquei a vontade do povo,

E eu fui à acrópole escolher,

Eu comecei a sentir a cobiça extorsiva,

Eu contribuí para a montagem de impérios pessoais,

Eu vi tributos desmedidos sendo impostos,

Eu vi a energia me sendo tirada, com custos inaceitáveis,

Eu vi a educação sendo degringolada....sem educação,

Eu vi a saúde ficar doente,

Eu vi estradas, aeroportos e obras sendo erigidas para atender a poucos,

Eu vi empresas, sem objetivos de lucros, enriquecerem alguns,

E eu vi a tudo, sem que a justiça também visse,

Eu vi a impunidade,

Eu agora sei que a justiça é cega,

Eu, sem nenhuma pressão, escolhi um dirigente,

Eu fui um crédulo,

É, eu acreditei,

E agora só me resta a máxima:

-Diga-me a quem está subordinado,

E eu lhe direi o quanto não deve acreditar.

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 06/03/2015
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