Cosmos
O boneco de panos disformes andava errante pelas ruas antagônicas. As chuvas audiovisuais projetavam as excitações da espera. Havia uma bela deusa a espera desse boneco para amar as dominações de sexos que podem surgir. O boneco estava tenso, mas ao menos conquistou um beijo vinho tinto.
As vias até a deusa são chuvosas e sempre há lágrimas no meio do caminho. O tempo cessa diante dos perfumes corporais que a deusa guarda em sua gruta. As músicas ganham novos brilhos e a literatura, novas ereções. A deusa é uma inspiração de amor, um mimo romântico alucinante, uma representação da harmonia dos mares.
A deusa possui os cabelos lindos e intocáveis. Ao balançar os fios sedosos, estrelas surgem no céu. Ao andar, a deusa reinventa a vida. Ao olhar para um campo florido, a deusa suspira a esperança dos animais marítimos. A deusa, tão distante e tão real.
O boneco tem sido estranho! Suas vertigens evocam as galácticas flores de plásticos cemiteriais. Sempre intacta, como a sua esperança de um dia beijar a deusa para toda a eternidade.