MORTÍFERA
Condeneis a marcha a tocar em vosso velório
Com hálito de chiclete, no rufar das narinas
Sabeis que ali, no esquife úmido
Reinará, por dias, a lapela desbotada;
Uma fúfia parte, uma alíquota de tudo que fora
Nada deverá restar, então.
No ar denso e repelido do adeus
Poucas palavras, no bater da aldrava
Quimeras laxativas ditas pelo pároco
Parentes de Da Vinci em suas megalomaníacas criações
Sabemos que as canções relaxam
E teimam em nos lembrar de que somos lixos.
Ali estático, corre intensa sangria
Gotas de plasma inundam a camisa
É o teu ‘eu’ a se perder, descalço
Entre pares de inverdades, o espasmo derradeiro
De modo certeiro, a Periplaneta infiltra
Rasga a carne ao fungo e às bactérias que chegam para a ceia.