A palavra Sentir

Às vezes eu fico pensando se é certo querer assim. Fico imaginando o teu semblante quando estou sozinha, e odeio sentir que não posso. É tudo tão complicado nas nossas cabeças. As coisas parecem passear ao nosso redor sem parar para que possamos respirar. O mundo gira, e junto dele vamos nós dois. Soltos, envoltos... Perdidos neste mesmo mundo que poderá nos sufocar, humilhar, amedrontar, castiga; Para no fim fazer o mesmo que nós. São sempre as mesmas coisas...

Eu penso que tudo poderia ser simples e calmo como a brisa que toca todos os dias teu rosto a caminho da faculdade. Sim, poderia. Mas, veja como as coisas estão agora: eu estava aqui, e você do outro lado da cidade; eu estou aqui, e você... Eu não sei de você. Nunca soube de fato. Isso cansa!

Batem à porta, mas eu não quero abrir. Não posso abrir, porque já sei o que vou encontrar. Afinal, a história nunca acaba. É cíclica. Ela apenas gira e gira para voltar ao mesmo lugar. Tantas vezes eu quis fazer, sentir e pensar diferente, mas o diferente acaba sempre igual.

Até que você vem em sua leveza, me olha nos olhos e toca meu rosto...

Eu quero sentir novamente. Estremecer a pele num breve contato. Esquecer todos os pensamentos para entrar na tua sintonia. Sentir a alma nua diante dos teus olhos. É essa verdade que busco. E ela foi minha um dia, mas eu nada sabia dela, e sabia menos ainda de mim. Todo discurso é pouco para o mundo que a palavra ‘sentir’ abrange em suas vertentes.

Sentir, sentidos, sentindo, sentimento!

Iris Helena
Enviado por Iris Helena em 05/06/2007
Reeditado em 18/01/2011
Código do texto: T514254
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