Numa noite linda demais um poeta percebeu que as maravilhas da vida ocorrem como uma incrível peça dividida em dois atos.
 
* O Sol é esperança, vigor e carinho.
Quando ele provoca maior admiração?
Quando nasce ou quando decide ir embora?
 
Jamais alguém conseguiu definir se o fascínio inerente ao amanhecer supera a beleza inexprimível presente no pôr do sol.
O sublime descanso do astro luminoso pode ofuscar a magnitude do instante sutil que vai definir um novo dia, trazendo uma jornada inédita para a humanidade caminhar, realizar e aprender?
Qual momento mágico seria o ato mais perfeito?
 
* Também a oração acontece através de dois preciosos atos.
 
No primeiro ato a criatura busca o afago do Pai, alcançando o infinito, almejando expressar a imensa vontade de agradecer.
O segundo ato da prece flui quando Deus responde.
Ah! Como descrever o ato da Divindade soprando o canto maior, puro encanto, inundando o âmago de quem ora?
 
Permitindo que o alento divino penetre e cresça, vem a paz, cessam as dúvidas, a virtude prevalece, enfim, provamos a felicidade.
 
* Se apaixonar, querer beber o licor da existência ao lado de alguém, depois abrir o coração para declarar o quanto ama a pessoa, o quanto necessita ter sua doce presença.
 
Sonhar algo fantástico e mais tarde refazer cada detalhe do delicioso sonho.
 
Nutrindo a emoção profunda e contagiante, cantar a notável música e, embalando as lágrimas do reconhecimento, escutar os aplausos.
 
Escolher brincar de bola com crianças no meio da rua, esquecendo os compromissos e toda a pressa. Concluindo a noite, sorrir leve, bastante satisfeito, porque aquele dia soube tornar útil.
 
* O poeta, observando as estrelas faiscantes, concluiu sereno:
 
Bastam dois atos!
 
Um abraço!
Ilmar
Enviado por Ilmar em 18/02/2015
Reeditado em 18/02/2015
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