O Paraiso

Olhei a porta do quarto

O diabo estava me olhando

O espelho na porta do guarda roupas

Esperando eu me vestir.

Vi Anjos na porta de casa, nas ruas.

Um deles veio me converter, me convencer e me amar.

Comprei um par de asas.

Não, não. Na verdade minha mãe me deu quando nasci.

Estava como um anjo, com todos os outros anjos.

Eu ainda via o diabo no espelho todas as manhas.

E o anjo que me converteu, sumia do fim ao inicio da noite.

Deitou em meus braços em todas as escuridões.

Na televisão, na escola, na faculdade, no trabalho, todos vendem asas.

E os hipócritas começaram a cruzar meu caminho.

Apontavam meus chifres, minha cor, minha maldade.

Estavam bem vestidos, muitas asas foram vendidas naquele tempo.

Nos dias nublados, nos dias claros e nos dias de chuva

Meu anjo esquecera de mim.

Como um vampiro que não sai de dia.

Que se aproveita do meu colo a noite.

Caroline Borges
Enviado por Caroline Borges em 12/02/2015
Reeditado em 02/04/2015
Código do texto: T5134808
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