O Paraiso
Olhei a porta do quarto
O diabo estava me olhando
O espelho na porta do guarda roupas
Esperando eu me vestir.
Vi Anjos na porta de casa, nas ruas.
Um deles veio me converter, me convencer e me amar.
Comprei um par de asas.
Não, não. Na verdade minha mãe me deu quando nasci.
Estava como um anjo, com todos os outros anjos.
Eu ainda via o diabo no espelho todas as manhas.
E o anjo que me converteu, sumia do fim ao inicio da noite.
Deitou em meus braços em todas as escuridões.
Na televisão, na escola, na faculdade, no trabalho, todos vendem asas.
E os hipócritas começaram a cruzar meu caminho.
Apontavam meus chifres, minha cor, minha maldade.
Estavam bem vestidos, muitas asas foram vendidas naquele tempo.
Nos dias nublados, nos dias claros e nos dias de chuva
Meu anjo esquecera de mim.
Como um vampiro que não sai de dia.
Que se aproveita do meu colo a noite.