Prosa e Poesia

às cinco da manhã ou às seis da tarde, eu escrevo

no silêncio habitual das horas-com-forma-de-luz

Clarice já dizia

"Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas, continuarei a escrever."

então, vou escrevendo apenas por mania de não suportar os sentimentos, de não contê-los em mim, somente!

Meus gritos internos são maiores que eu e meus segredos já não são meus, se pertencem a outro.

Outras vezes, escrevo para que me decifrem e é, geralmente, quando percebo que as palavras se espalham nas linhas e ninguém é capaz de perceber.

Eu escrevo porque, de algum modo, quero deixar explícito, mas o implícito me persuade ao silêncio e isso, dizem, é poesia sendo repartida, desenhada.

Então, eu deixo que seja assim.

Não há etimologia que lhe caiba mais.

Nenhuma resposta que possa abrandar

Então vou permitindo esses versos sem sentido.

porque preciso ser muita Poesia diante dele que ele é tanta prosa-teórica!

Anna Beatriz Figueiredo
Enviado por Anna Beatriz Figueiredo em 11/02/2015
Código do texto: T5133479
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