O mesmo mar

Existe uma força no mar que não se pode calcular. Uma força resistente ao tempo, soberana em seu ser, inconfundivelmente descrita em ondas. Sabe o mar ser alheio a tudo em volta, quem vem, quem vai, quem retorna. O som das ondas que se quebram na praia. Ondas que se movem. Que não mudam, que mudam, que voltam a ser as mesmas. Um padrão. Um som que se repete. Ondas que não se medem. Uma força que não se esquece.

Espiai as águas, mas espiai com alento. Tanto faz se estivera agora ou em 1500. É o mesmo mar! Que não se cansa de repetir-se. De morrer docilmente no leito de areia. E quando você estiver longe, no largo continente, nas luzes da cidade, lá distante estará o mar, em seu mesmo trabalho. Em sua mesma arte.