Arnaldo e “o suco de uva”

Impressa no rótulo da garrafa deveria vir escrito: “Veneno. Cuidado. Mantenha fora do alcance de crianças”

Mas Arnaldo Tinha apenas 4 anos e, embora já soubesse ler, mais ou menos, não leu isso. Leu, ao contrário, “Produzido Com as Melhores Uvas da Serra Gaúcha.” Suco de uva... Que beleza!

Tomou a garrafa toda. Seus pais não acreditaram quando viram aquilo. Arnaldo bebia como uma esponja. Sem nem tossir ou pestanejar.

Acharam até engraçadinha a novidade. E nem quando a mãe, depois, achou aquilo perigoso, ninguém disse nada...

O menino tornou-se alcoólatra aos 14 anos de idade.

Aos 19 teve um coma alcoólico, do qual saiu, sem maiores problemas.

Pelo menos, assim pensavam, seus pais. Só que o rapaz, ao voltar da inconsciência, mudou da água para o vinho...

Ou melhor, do vinho para a água. Não bebia nem sequer uma gota de álcool. Passou a freqüentar a igreja evangélica, estudou muita teologia, testemunhava sua mudança de vida todos os domingos, casou-se com uma fiel e aos 25 anos já era pastor num templo perto de sua casa. Hoje em suas pregações diz, como lição pessoal, que como cachaça é água que passarinho não bebe, assim também, vinho não é suco de uva.

Impressa no rótulo da garrafa Deveria vir escrito: “Veneno. Cuidado. Mantenha fora do alcance de crianças”

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)
Enviado por Mauricio Duarte (Divyam Anuragi) em 07/02/2015
Reeditado em 07/02/2015
Código do texto: T5129231
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