Abriga-se encolhido nos desvãos da ponte.
Sonho de luz desfeito em pela noite vaga
encontra alguma caixa que lhe aqueça as mãos
sente na alma o frio: inverno

Dormente o olhar passeia pela alegria falsa
das capas das revistas às fotos dos jornais
confrontos criam rixas expõe-se a crueldade
disputas por abrigo: morte

A praça exibe as cores de mais um domingo
ocupam-se as calçadas passeiam os casais.
a feira  já começa aos cantos sombras vivas,
trastes amontoados: bêbados

A noite já carrega no ventre o frio intenso.
as luzes incendeiam janelas e fachadas

um brilho tão distante  ali brilha por nada
bem longe está o calor:  mendigos