POR CÁ
FAZ TEMPO QUE POR CÁ NÃO VENHO,
AGORA, POR CÁ ESTOU,
POR CAUSA DO QUE CÁ DEIXEI,
COM A SAUDADE, PRA CÁ VOLTEI.
PORTO SEGURO, TERRA FIRME, CÁ ESTOU.
OUTRORA, A CRIANÇADA EM CÁ BRINCAVA,
SEGURANDO O CHORO DO JOELHO ESFOLADO
DE MERCURIO CROMO PINTADO,
A INJEÇÃO LÁ NA FARMÁCIA,
DA MÃE AFLITA SOFRENDO E RINDO DO TOMBO LEVADO.
BONS TEMPOS!
NÃO SEI PORQUE DE CÁ SAÍ,
PRA DE LONGE SENTIR SAUDADES DE CÁ?
SERÁ QUE VALEU A PENA, MANEJAR TANTO A PENA
SE POR CÁ FICOU O QUE NÃO PUDE LEVÁ?
AGORA SEI, QUE VALEU MANEJAR A PENA,
DE LÁ PRA CÁ MUITA COISA MUDOU,
O RIO DE ÁGUAS FUNDAS ESCONDEU SEUS PEIXES,
NAS RUAS, A POEIRA VIROU PETRÓLEO.
DO DEDÃO INCHADO NAS PELADAS,
HOJE INCHADO PELO TECLADO
A NÃO SER NA LEMBRANÇA,
POR CÁ NÃO VEJO O PASSADO.
O FUTURO INSISTI EM CÁ FICÁ.
DE LA PRA CÁ TUDO É SAUDADE
DE CÁ PRA LÁ É A REALIDADE.
MAS QUERO ABRAÇAR A SAUDADE
E FICÁ DO LADO DE CÁ.
02/02/15 – Proficio.