Ainda não me acostumei com sua ausência...
Às vezes, cansado de esperar, sinto um desassossego que incomoda e tento buscar no calor de suas mãos (ainda tangentes à mim), o toque suave dos seus dedos e o perfume de rosas tão peculiar. Mas não os encontro, encontro apenas, o silêncio e a solidão que parecem intermináveis...
Ai, lembro com saudade do brilho de seu olhar cada vez que nos encontrávamos, do encantamento que surgia com nossa cumplicidade deliciando-me depois de um tempo, com o aconchego em seu peito o que fazia ficarmos bem juntinhos, enquanto você dormia...
Não sei exatamente quando, nem como aconteceu? Porém, aos poucos nos distanciamos. Você não me procurava mais com a mesma intensidade, nem deixava o café esfriando na xícara, enquanto compartilhávamos emoções e sonhos. Desacostumei do seu carinho, mas ainda não acostumei com sua ausência.
Continuo esperá-la, pois sei que me tem guardado em uma gaveta qualquer de tua saudade.
Do seu antigo livro de poesias...
Vanice Zimerman (BVIWtecendoletras)
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