As aventuras de Galaktion Eshmakishvili e Tenzin Chöpel contra a Organização Criminosa
Cabine C do SS Mahakala, dois mil e agora.
Eu e meu velho mestre de outras eras, Tenzin Chöpel, deixáramos a deprimente e decadente cidade de Saint-Phallus e zarpáramos do porto de...; ele procurando a mitológica Sonífera Ilha e suas cidades de anis, que ninguém fora ele sabia onde era – eu apenas procurando sossego, ou a morte.
"Kali-Yuga começou", disse-me ele, brincando com uma espada laranja que fora presente de um pirata. "A Organização Criminosa já se apossou dos pensamentos de todos, e tudo mergulha no caos."
"É cada vez mais difícil fazer arte boa, meu caro", retorqui. "Asnos tomaram as vestes das Musas. E continuo tentando sobreviver. O que é que eu tenho feito todos esses anos?"
"Se expressado por sua arte, e é isso que conta." Guardou a espada, e dirigiu sua atenção a uma formiga que entrara clandestina em nosso barco.
"Creio que está certo. Mas são poucos que querem ouvir."
"Antes poucos que nenhum. Pelo menos esses estão livres das garras da Organização Criminosa."
"Quando chegarmos ao nosso destino, que faremos?"
"Nos prepararemos para cenas de terror e tensão." Tirou do bolso uma caixa de fósforos de Oxford, e acendeu um cigarro. E continuamos a viagem em silêncio por um bom tempo.
Eis que eventualmente desembarcamos na Sonífera Ilha. A espessa Selva do Improvável a circundava toda, envolvendo as cidades de anis em seu coração. Caminhamos juntos, até que encontramos uma encruzilhada.
"É aqui que nos separamos, meu amigo", disse-me Tenzin. "Teu caminho é diferente do meu. Encontrarei a cidade mística de anis e minha prometida mulher-ampulheta para meditar arduamente. Você ainda tem que buscar sua purificação e caminhar por paragens mais tortuosas. Que cada um batalhe sua batalha."
"Espero que possamos nos encontrar novamente."
"Provavelmente nos encontraremos."
"Acima de tudo espero poder fazer a diferença no combate contra a Organização Criminosa."
"Fazer arte é realmente difícil, ainda mais num mundo idiotizado pela Organização Criminosa. Mas quem disse que a vida é fácil?", disse-me ele, com um sorriso. E assim nos separamos, cada qual de caneta na mão indo combater a Organização Criminosa a seu modo.