COM SAUDADES EU TE PRESSINTO.

 

 

 

 

 

Como eu te pressinto nessas horas premidas pela tristeza, essas indesejáveis horas, todas solitárias e amargadas por esse infinito sofrimento.

Falta-me o consolo das tuas lindas mãos brancas e fofinhas, falta-me também o cálido afeto dos teus lindos olhos de mel, úmidos e bons.

Ah, como eu pressinto agora o lindo sorriso dos teus lábios frescos de pitangas silvestre, neste momento de solidão só sinto os meus lábios velhos e o meu sorriso triste.

Ah, meu Deus, como eu te desejo nessas horas, quando do mar, o vento frio gela ainda mais a minha alma.

Ensimesmado, eu sinto que germinas do triste silêncio dentro desta minha torre vazia.

Tudo é triste e tudo é um sepulcral silêncio, e o dia se despede assim envolto por um crepúsculo rubro e ameaçador, ante a chegada da noite teimosa e mais triste ainda.

Neste recinto frio e abandonado, eu me prostro ante as saudades e essa lembrança gostosa dos teus olhos úmidos e bons.

 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 03/06/2007
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