CAFÉ E GAROA
 
Faz-se quente o verão em meu querido rincão, e o sol brilha escaldante nessa sensação sufocante, são dias de céu aberto como se fosse o próprio deserto, sem brisa nem nuvens que assim pra rua arrasta os jovens, em leves roupas alegres tanto homens e mulheres, e nos belos corpos dourados a pele em bronze nos tons tão almejados.
Só que essa terra é Curitiba e não a África de Madiba, os trajes seguem um figurino, tudo aqui é sempre mais londrino, onde o céu se faz ranzinza, são mais de cinquenta tons de cinza, temos vento frio ao meio-dia, parece muito com a Finlândia ou até mesmo a Groenlândia, sem esse calor ou sorvetinho e sim o bom e velho vinho, água de coco é pra nordestino, prefiro mesmo um cappuccino.
Mas como não há mal que não acabe, a alegria em mim não cabe, pois enfim hoje esfriou e em casa novamente me sentindo estou, na mão uma caneca de café e na lembrança da montanha o belo chalé, onde na companhia da amada ainda na cama desarrumada, olhar pela janela embaçada o suspiro final da madrugada, vendo do céu cair fina garoa, que a nós todos... abençoa!