Quintal você.

Preciso de um banho, um específico, o banho que seja capaz de me lavar de você, que é, uma mancha causada pelas tardes em que eu brincava, e eu brincava com você e te sorria. Nas brincadeiras eu me entreguei neste quintal que era você para mim, em mim. Na terra de seus olhos fiz castelos de areia, lancei-me nas gramas de sua barba, as vezes mal, certas vezes bem feita. Corri no terreno você. Cavei o solo de seu coração e descobri coisas tuas, mas, como pareceu-me fundo o teu solo, temo e duvido que eu tenha descoberto quem seja de verdade a sua pessoa. Passados os tempos, já não nos resta hoje, nós, e ainda assim, a mancha daqueles dias, ainda sobrevive, e o que fazer, senão tomar um banho? Um específico!?

Mirela Lourdes
Enviado por Mirela Lourdes em 26/01/2015
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