Vida noturna

Esqueço de dizer obrigado ao trocador do ônibus e mando prá conchinchina o ciclista que quase me atropela, quando eu descia do coletivo...

Ninguém é meu senhor. Como também não sou senhor de ninguém.

No balé das luzes da cidade, à noite, eu ando como que em transe... A vagar pelos becos, vielas e ruas desertas.

Meto-me pelas avenidas, quero respirar o gás carbônico dessa metrópole.

Prostitutas, cafetões e ladrões em profusão, perto da praça. São eles os herdeiros das ruas, o espaço é deles. Nós somos apenas convidados...

Por fim, aborreço-me e entro numa disco para tomar uns goles. A música é alta demais, tem pessoas demais. É tudo demais. Saio logo do lugar pra respirar a noite de novo...

Passo pelos prédios, pelas construções, pelos viadutos e engulo sua grandiosidade medíocre. Na vida noturna, o lixo se espalha por onde quer que se olhe e os catadores também.

Mas nada que eu faça interrompe o seu fluxo...

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)
Enviado por Mauricio Duarte (Divyam Anuragi) em 25/01/2015
Código do texto: T5113905
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