A voz da esperança

Já andei por cidades vazias e sombrias no cume da alta noite.

Eu sei.

Já sobrevivi com poucas moedas no bolso.

Eu sei.

Já morri e ressuscitei em internações de clínicas.

Eu sei.

Já me alegrei sem motivo em centros de meditação.

Eu sei.

Já caminhei por areias de praias paradisíacas.

Eu sei.

Já especulei sobre a morte do Papa.

Eu sei.

Já cuspi na porta da igreja.

Eu sei.

12

Já pulei por caminhos proibidos.

Eu sei.

Já retornei de mãos vazias num encontro.

Eu sei.

Já vivi e fui revivido por choques elétricos.

Eu sei.

Só não sei mesmo é quando a indignidade de todos os homens vai fazer calar a voz da esperança que teima em gritar:

Estou viva...

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)
Enviado por Mauricio Duarte (Divyam Anuragi) em 24/01/2015
Código do texto: T5112722
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.