A voz da esperança
Já andei por cidades vazias e sombrias no cume da alta noite.
Eu sei.
Já sobrevivi com poucas moedas no bolso.
Eu sei.
Já morri e ressuscitei em internações de clínicas.
Eu sei.
Já me alegrei sem motivo em centros de meditação.
Eu sei.
Já caminhei por areias de praias paradisíacas.
Eu sei.
Já especulei sobre a morte do Papa.
Eu sei.
Já cuspi na porta da igreja.
Eu sei.
12
Já pulei por caminhos proibidos.
Eu sei.
Já retornei de mãos vazias num encontro.
Eu sei.
Já vivi e fui revivido por choques elétricos.
Eu sei.
Só não sei mesmo é quando a indignidade de todos os homens vai fazer calar a voz da esperança que teima em gritar:
Estou viva...