Mesmo – Poesia de Nígia Soares | oSabeTudo.com

Quando escrevo…

A escrita é o que expurga minha ferida.

Durmo com o caderno embaixo do travesseiro e quando desperto em devaneios escrevo.

Escrevo como confissão e como terapia.

Escrevo por impulso, com compulsão.

Escrevo o que me vem ao coração.

Coração por vezes adormecido, fechado e encolhido

Por não ver no meu mundo espaço para se expressar

Procura, procura e não acha ouvidos para escutar o que há a se dizer

Então escrevo.

Escrevo pra mim mesma ler, mesmo que eu publique, não me importa.

Ontem escrevi uma carta para meu irmão, mas, quem de repente possa ler é alguém no site se eu resolver publicar.

Desde sempre em minha tosca vida, busco uma forma de transcender:

Imagino-me no ventre, feto em plena interação comigo, completa.

O mundo era meu.

O mundo era eu.

Mas, nasci.

Impulsionada a este mundo fragmentada.

Coitada!

Antes de ser gerada era fragmentos

Alguns dias de ilusão, a tal gestação

E, depois um ser completo ou dividido

Multiplicado em células e estados.

É assim quando escrevo.

Mesmo

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Nígia Soares
Enviado por Nígia Soares em 23/01/2015
Código do texto: T5111094
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