EXIBICIONISMO
Fiz um poema e o instalei numa cabeça de alfinete.
Reclamou. Achou-se diminuído.
Transformei-o em holograma e lancei-o na Lua.
Interpretou-se como um exilado.
Lancei mão da pena. Ameacei-o riscá-lo, anulá-lo de todo.
Acusou-me de radical, amedrontando-o com a pena de morte.
Vou deixá-lo alfinetado na penumbra da gaveta, morto-vivo, zumbi, por ora.