EXIBICIONISMO

Fiz um poema e o instalei numa cabeça de alfinete.

Reclamou. Achou-se diminuído.

Transformei-o em holograma e lancei-o na Lua.

Interpretou-se como um exilado.

Lancei mão da pena. Ameacei-o riscá-lo, anulá-lo de todo.

Acusou-me de radical, amedrontando-o com a pena de morte.

Vou deixá-lo alfinetado na penumbra da gaveta, morto-vivo, zumbi, por ora.

Sagüi
Enviado por Sagüi em 20/01/2015
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