A espera do precipício

Um sonho distante...

Tudo ficou na lembrança, como um passado remoto, uma ilusão...

O presente é um castelo em ruínas, uma flor seca, um olhar para o vazio.

Nada se move.

O abismo é tão sedutor. As rochas sussurram o meu nome.

O vento é um amigo impaciente esperando uma decisão.

Os olhos contemplam um céu cinzento.

A boca inicia uma prece, como um alento para o coração.

As palavras não chegam ao destino, impedidas pelas nuvens negras que anunciam a tempestade iminente.

As gotas de chuva (ou seriam lágrimas?) caem sobre um resquício de relva verde.

Lembro-me do sorriso inocente dela.

Lembro-me que o mundo não é mais meu.

Cerro os punhos, ergo a cabeça.

E mais uma vez o precipício terá que esperar.

Lagertha
Enviado por Lagertha em 15/01/2015
Código do texto: T5102743
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