Desassossego
Ouço o rosnar de um sentimento!
Tento esquecê-lo, evitá-lo,
pavor que se instaura;
Estranhamento!
Sua presença imaterial,
enche o vazio da longa noite em que me encontro;
Disputa espaço com a perversa solidão,
que me acolhe sob seu manto.
Bate à porta, rangendo os dentes da desrazão.
O terror se avoluma,
eriça meus pêlos,
dispara o coração.
Faz brotar o suor, gelar as mãos.
Aquele que se anuncia me parece familiar;
Outra parte de mim adentra o quarto
e convoca meu despertar.
Luta desesperada entre o querer e o poder.
Sinistra contenda que vela o sentir e o ver.
Combalido, comemoro a vitória derrotada,
vida que segue, encarcerada.