Desassossego

Ouço o rosnar de um sentimento!

Tento esquecê-lo, evitá-lo,

pavor que se instaura;

Estranhamento!

Sua presença imaterial,

enche o vazio da longa noite em que me encontro;

Disputa espaço com a perversa solidão,

que me acolhe sob seu manto.

Bate à porta, rangendo os dentes da desrazão.

O terror se avoluma,

eriça meus pêlos,

dispara o coração.

Faz brotar o suor, gelar as mãos.

Aquele que se anuncia me parece familiar;

Outra parte de mim adentra o quarto

e convoca meu despertar.

Luta desesperada entre o querer e o poder.

Sinistra contenda que vela o sentir e o ver.

Combalido, comemoro a vitória derrotada,

vida que segue, encarcerada.

G_Bienenstein
Enviado por G_Bienenstein em 11/01/2015
Reeditado em 11/01/2015
Código do texto: T5098115
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