Vargem Grande
Ontem dei uma chegadinha até Vargem Grande para desfrutar de suas matas, de suas trilhas e de suas águas geladas vindas das cachoeiras esmeradas. Deleitei-me como pude e como decide a natureza tão bela por aquelas bandas onde os pássaros cantam, as aves exibem a sua plumagem mais que coloridas e o ar é mais fresco e pitoresco. Um arabesco fenomenal.
E percebi que a natureza continua sábia e o sabiá canta como quem espanta todos os males. Além de me dar o conforto e o reconforto que tanto precisava. Me deu a percepção bem mais aflorada. Vi os tucanos, os guaxinins, alguns répteis rastejando-se lentamente como quem sente que ali tudo é permitido porque o amor reina por entre as pessoas que frequentam Vargem Grande.
Fiz novos caminhos, entrei em matas fechadas com alguns pios diferentes, alguns rosnados nem tão estranhos para mim, mas não retornei. Continuei e cheguei a uma vista excepcionalmente bela feito uma aquarela. Avistei toda a Barra da Tijuca e o Recreio dos Bandeirantes, praias deliciosamente belas e tão aconchegantes quanto a mata virginal de Vargem Grande.
Após a descida, mergulhei nas águas geladas com mais algumas pessoas que ali estavam e também observei uns peixinhos pretinhos de rabinhos largos e malemolentes, outros vermelhinhos metidinhos que chamavam a atenção de toda a gente. Parti para a preservação ambiental e passei pelos guardas-florestais que não arredaram o pé e nem com o meu pé-ante-pé pude ir além no silêncio da magnitude do local. Dei meia volta e continuei descendo até chegar o topo do pezinho do início da picada.
Entrei no meu bugre pintado com motivos de tigre e fui direto para a Barra da Tijuca. Curtir o outro espetáculo da terra. O sol frigindo as águas salgadas e as marolas enternecidas lambendo os pés da meninada. Um show à parte. Uma miragem, eu diria. Uma estupenda maravilha daquelas paragens.