Diário de bordo: domingo/janeiro/15
Como sempre, acordou cedo, tem pena de perder o dia, pela janela do banheiro, viu que o céu estava azul, mas era tão azul que teve vontade de chorar, nem bem sabia porque, mas voltou a agradecer o dia. A palmeira jerivá estava faceira, cobria o quintal de palhinha amarela. Sorveu o café recém-passado, lembrou da casa da Glória, sempre havia o melhor café. Brincou com o cão magrelo e esticado, queria que ele fosse feliz. Foi no dia que saiu para comprar sapato, era o único alegre no meio da bicharada, ela mal sabia que Max era hiperativo, aditivado, espaçoso e gelado. A Ong entregou o cachorro mijão em casa. De cara, no primeiro dia, ele comeu um sofá e foi comendo tudo que encontrava, mas ela aguentou tudo, tudo por amor a São Francisco.
A vontade de chorar passou, tinha que desmontar o pinheiro, dava preguiça, a ilusão do Natal passava longe, Papai Noel injusto. Como sempre, Max roubou dois papais-noies, saiu furtivo para o quintal, com uns safanões, fez com que ele cuspisse.
Se armou para a manhã, mangueira, vassoura e filtro solar, botou Chico ("Duetos", preciosidade, jóia rara), foi limpando o chão, aguando a vida, dando graças...
Beijo a todos!